domingo, 12 de fevereiro de 2017

#35 - O Cantor de Jazz (1927)

Título: The Jazz Singer
Duração: 88 minutos
Dirigido por: Alan Crosland
Escrito por: Alfred A. Cohn
Produzido por: Darryl F. Zanuck
Estrelado por: Al Jolson, May McAvoy, Warner Oland, Eugenie Besserer, Otto Lederer
IMDB: 6,8
Rotten Tomatoes: 74%

     Esperem um minuto! Esperem um minuto! Vocês ainda não ouviram nada! O Cantor de Jazz, o primeiro filme falado, aquele que abriu as portas para um novo cinema. É difícil analisa-lo apenas como um filme e não como um marco. É difícil se concentrar na história enquanto você ouve as primeiras palavras jamais ditas no cinema, e obviamente ainda existe toda a polêmica sobre o racismo. Para simplificar a minha tarefa irei dividir esta crítica em três: a história, o som e o racismo.
     Primeiramente vamos a história. Um Cantor judeu (Cantor é uma sagrada profissão religiosa para os judeus, é aquele que tem a honra de cantar os hinos sagrados) treina o seu filho para seguir os seus passos, mas o jovem menino tem o jazz em seu coração. Na infância o pai descobre que seu filho está cantando em um salão de jazz e o retira raivosamente de lá. Uma discussão acontece e o jovem Jakie Rabinowitz sai de casa enquanto que seu pai diz para sua mãe: "nós não temos mais um filho".
     Os anos passam e após conhecer a linda Mary Dale, as portas da Broadway se abrem para o cantor de jazz, agora chamado de Jack Robin. Quando ele chega a Nova York para seu novo espetáculo, ele decide visitar a casa de seus velhos pais. A mãe chora ao vê-lo e emocionado ouve seu filho tocar um jazz no piano. Quando o velho Cantor Rabinowitz ouve isto, grita e novamente discute com seu filho.
     Para encurtar o resto da história, o velho Cantor fica doente na véspera do Yom Kippur, a mais sagrada data judaica. O último desejo, e a única esperança de que se recupere, é ouvir o seu filho cantar o sagrado Kol Nidre. O maior problema: a grande estreia da peça de Jack na Broadway é exatamente no dia do Yom Kippur.
     Como podem ver, a história é interessante, mas fraca comparada a outras que vimos antes. Não seria de grande destaque se não fosse o primeiro filme falado, provavelmente. Vamos agora a segunda, e mais importante, parte da crítica.
     O filme não é 100% falado. A introdução do som se limita a algumas músicas que Jack canta e a alguns raros diálogos. Uma boa parte do filme é muda, contando com os característicos intertítulos. Mas as cenas de voz são emocionantes. Tente se colocar no lugar de alguém em 1927. Ouvir uma voz saindo de um filme, deve ter sido a sensação mais impossível na cabeça de muitos.
     E por último a parte mais polêmica do filme, o seu racismo. E a minha opinião talvez seja tão polêmica quanto, eu não acho que este filme seja racista. Antes que me crucifiquem deixem eu explicar. Este filme não é como O Nascimento de Uma Nação, que exalta e glorifica o racismo. Este filme mostra um ator de teatro usando blackface, uma prática racista.
     Seria o mesmo que dizer que um filme sobre escravidão é racista por mostrar negros escravo de brancos. Ele representa uma situação racista. Se o filme mostrasse um branco com blackface atuando como um negro, eu acharia racista. Mas ele mostra este blackface dentro de uma peça. Acho que dá para entender meu ponto, mas estou aberto a correções e/ou críticas.

NOTA: 8,0/10. Provavelmente devido a ser o primeiro filme falado apenas.

CURIOSIDADES:

A frase "Wait a minute, wait a minute. You ain't heard nothing yet" é considerada a 71° frase mais famosa da história pela AFI.

Myrna Loy teve um papel não creditado em uma pequena cena.

O primeiro musical da história!

CITAÇÕES:

"Wait a minute, wait a minute. You ain't heard nothing yet"

"Leave my house. I never want to see you again, you Jazz singer!"

"We in the show business have our religion too - on every day, the show must go on! "

PRÓXIMO: Napoleão... um filme mudo de 5 horas de Abel Gance sobre Napoleão.

2 comentários:

  1. Um post muito bom! Boa sorte com Napoleão! Isso filme é difícil!

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    1. Obrigado Alex! Eu já assistir a primeira parte de Napoleão, realmente um filme difícil, mas estou conseguindo me envolver com ele até agora!

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